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quarta-feira, 21 de abril de 2010

A urna eletrônica está nua (E daí? Faz anos...)

Eu não esperava ler ou ouvir qualquer coisa sobre política de verdade num ano de eleição presidencial e de Copa do Mundo, mas eis que um improvável grupo de bravos brasileiros resolve falar sério: o Comitê Multidisciplinar Independente (CMind) lançou recentemente o Relatório sobre o Sistema Brasileiro de Votação Eletrônica (1a versão, 105 páginas). Há também um Sumário Executivo (2 p.).

Ok, temos a urna eletrônica, um projeto muito bem-sucedido e que ficou ainda mais em evidência depois dos problemas norte-americanos na primeira eleição presidencial de George W. Bush. O problema, como é comum, não está na tecnologia, mas nas pecinhas que gerenciam a coisa. O relatório do CMind aponta as barbaridades do nosso sistema de votação eletrônica rejeitado "pelos mais de 50 países que o estudaram". Os problemas são conhecidos muito bem e há muito tempo, mas o Comitê Multidisciplinar do TSE (oficial e poliana ou coisa pior) conseguiu varrê-los para baixo do tapete, no seu relatório aprovado em 2009.

Este sistema eleitoral brasileiro de mistificação e musiquinha lembra muito o 1984 de Orwell. "Eleição" e "democracia" deveriam ter muita coisa a ver uma com a outra, mas aqui no Brasil viraram quase antônimos. É muita coragem dos 10 do CMind, de quem me sinto devedor. Não sei se conseguirão 10 segundos de Jornal Nacional (não vou saber porque não vejo, mas duvide-o-dó), mas dou meus 2 centavos aqui, blogando. Quem puder, ajude.

sábado, 21 de novembro de 2009

Arquitetura tecnológica e visão sistêmica em e-gov

Aproveito a apresentação recente sobre "Plataformas e-gov como sistemas sociotecnológicos" (slides no final) no EIeGOVID/CONeGOV (8o Encontro Ibero-Latino-Americano de Governo Eletrônico e Inclusão Digital, 5a Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico) para dar um panorama (com links) das publicações e comunicações sobre P&D em plataformas e-gov feitas como pesquisador do Instituto Stela nos últimos tempos. Esses registros evidenciam a visão sistêmica que embasa uma série de iniciativas e-gov: Plataforma Lattes, Portal Inovação, Portal SINAES etc.

A arquitetura tecnológica desses projetos e-gov parte de esquemas informacionais compartilhados e inclui instrumentos de coleta de informações com contraprestação de serviço ao cidadão, portais para divulgar e disseminar essa informação e ferramentas avançadas de engenharia do conhecimento. Visão sistêmica e arquitetura tecnológica contribuem para qualificar essas plataformas e-gov como sistemas sociotecnológicos - conceito emergente que denota sistemas que só funcionam por meio da colaboração dinâmica entre agentes humanos e artificiais. Eis o panorama:

  • Perspectivas para la construcción de indicadores en plataformas de gobierno electrónico en CT&I (2007, slides no SlideShare, Apresentação na mesa-redonda "Nuevas demandas de información para la toma de decisiones: Retos a los sistemas de información en ciencia, tecnología e innovación" no VII Congreso Iberoamericano de Indicadores de Ciencia y Tecnología (RICYT). São Paulo, 23-25/5/2007)
    Essa apresentação retoma o estado das coisas em dezembro de 2002, quando o I Workshop da Rede Scienti reuniu representantes de mais de 10 países ibero-latino-americanos em Florianópolis. A Colômbia mostrou o mini-CD com os sistemas de currículo e de grupos, cedidos pelo CNPq e já em operação. Várias agências nacionais firmaram acordo com o CNPq para intercâmbio de informações, no que seria o "Mercado Comum do Conhecimento". O representante peruano agradeceu ao CNPq pela generosidade, pela inovação mundial e pela visão aguda do futuro. [...]. Hoje a Rede é liderada pela Colômbia.

  • Aplicações de arquitetura conceitual em plataformas e-gov: da gestão da informação pública à construção da sociedade do conhecimento (2007, artigo na PontodeAcesso 1(1), 71-87, por Pacheco RCS, Kern VM e Steil AV)
    Discute a arquitetura tecnológica de plataformas e-gov alinhadas à sociedade do conhecimento, com base nos princípios de abrangência de usuários, construção colaborativa, perspectiva internacional, tecnologia multiplataforma e respeito aos atores e processos do domínio.

  • Gestão do conhecimento no setor público: o papel da engenharia do conhecimento e da arquitetura e-gov (2008, capítulo por Steil AV, Kern VM e Pacheco RCS do livro organizado por Angeloni MT: Gestão do conhecimento no Brasil: casos, experiências e práticas de empresas públicas)
    Aponta a apropriação da gestão do conhecimento pelas organizações públicas, posterior à compreensão da importância da gestão dos ativos de conhecimento pelas organizações privadas. Descreve a arquitetura e-gov concebida pelo Instituto Stela com o detalhamento de 2 casos: o DCVISA da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Portal SIBEA do Ministério do Meio Ambiente.

  • Gestão de ativos de informação e conhecimento pelo Estado: O papel das plataformas e-gov (2008, artigo nos anais do Congresso ABIPTI por Pacheco RCS, Steil AV e Kern VM).
    Ressalta o sucesso de plataformas e-gov entre iniciativas brasileiras em governança pública na emergência da sociedade do conhecimento. Apresenta a arquitetura e-gov empregada pelo Instituto Stela com o detalhamento dos casos Portal Inovação e Portal SINAES.
  • Plataformas e-gov como sistemas sociotecnológicos (2009, apresentação no EIeGOVID/CONeGOV, em Florianópolis, 17-19/11/2009)
    Introduz o conceito de sistema sociotecnológico, exemplificando a auto-organização nesse tipo de sistema com a descrição das ligações existentes entre componentes e itens do ambiente do YouTube. Aventa a adoção de princípios de sistemas sociotecnológicos em plataformas e-gov e ilustra a idéia com uma descrição da composição, ambiente, estrutura (ligações) e mecanismo (processos que geram a emergência de propriedades do todo) da Plataforma Lattes.

    Eis a apresentação: