Mostrando postagens com marcador CESM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CESM. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de junho de 2010

A word about complex systems

Just wanted to blog about this citation made by John D. Sterman (Business Dynamics, 2000, p. 8):

When you are confronted by any complex social system, such as an urban center or a hamster, with things about it that you’re dissatisfied with and anxious to fix, you cannot just step in and set about fixing with much hope of helping. This realization is one of the sore discouragements of our century . . . You cannot meddle with one part of a complex system from the outside without the almost certain risk of setting off disastrous events that you hadn’t counted on in other, remote parts. If you want to fix something you are first obliged to understand. . . the whole system. . . Intervening is a way of causing trouble. (L. Thomas, Lives of a Cell: Notes of a Biology Watcher, 1974, p. 90)

No further comments as for now. My reading was caused by the bringing of System Dynamics into the Systems Modeling classes at EGC/UFSC. Doctorate candidate Maurício Uriona is the guy behind it. By the way, we're approaching systems modeling with Mario Bunge's CESM model (composition-environment-structure-mechanism) and system dynamics came to help in the study of mechanisms.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Para criticar a Bunge

[Aos avoantes que chegaram googlando, esclareço que o "a" do título é uma preposição e não um artigo. Isto é, "Para criticar a (Mario) Bunge" e não, por exemplo, "Para criticar a (empresa) Bunge". Pronto, esclarecido.]

Sou um bungeano da nova cepa, isto é, minhas leituras de Mario Bunge começaram por Emergence and Convergence (texto quase completo no Google Books), de 2003, publicado muito tempo depois do seu Treatise on Basic Philosophy (anos 1970-80) e outras peças mais conhecidas. Logo no capítulo 3 de E&C Bunge introduz o modelo CESM (composition-environment-structure-mechanism) de sistema, coisa que logo me pareceu poderosa, simples, muito esclarecedora e útil para modelagem de sistemas (computacionais, inclusive). A primeira aparição do CESM que conheço é de um artigo de 1997, onde toda a essência do modelo está presente aos pedaços (não há o enunciado "este é o CESM"). Tratando-se do nonagenário Bunge, portanto, é coisa muito recente.

O problema é que, de tanto citar (o modelo CESM em particular e o sistemismo em geral), corro o risco de ser visto como especialista em Bunge, quando na verdade sou um diletante que encontrou algo muito útil na filosofia bungeana. Suponho que leva muito mais tempo para passar de diletante (com minha formação em engenharia, que praticamente exclui filosofias e "humanidades") a especialista em tão vetusto assunto.

Ainda assim (ou seja, mesmo me excusando), não estou livre de ser interpelado como conhecedor da filosofia de Bunge - em especial, por alunos. Uma das cutucadas mais inconvenientes é "Quais são as principais críticas contrárias a Bunge?" (pois é óbvio que las hay, e eu deveria conhecer). Bem... Além dos ataques frontais à psicanálise (que é um embuste, que fica no mesmo balaio da astrologia), Don Mario já emitiu algumas opiniões sobre rock (que não é música) e futebol (que não é um fenômeno social, mas esportivo) que, longe de suas contribuições principais à ontologia e à epistemologia, é por onde alguns críticos o desmerecem.

Pois bem: Vi no blog GrupoBunge a "denúncia" de um blog post difamatório (em outro blog) que já recebeu mais de 100 comentários, grande parte deles de excelente qualidade. Esse blog post, em si, tem algumas virtudes, mas é superado em muito por diversos comentaristas (embora também haja algum bate-boca nas cento e tantas entradas). Eu até comentei no GrupoBunge sobre o que li (e me diverti) no tal blog post, de onde destaco um comentário sintético e "na mosca", a meu ver:

Comentário #13 por Carlos González, Abril 6, 2007:
“El problema, o lo que molesta, de autores como Bunge y otros, es que tratan de demarcar límites bien establecidos entre disciplinas, artes, etc. (independientemente si lo compartimos o no), lo que va en contra del discurso predominante de lo políticamente correcto: de la integración y respeto hacia el otro en todas sus facetas. En general, salirse de lo políticamente correcto es un trabajo sucio y sólo para cojonudos (‘los hay en todos los bandos, no sólo en los liberales de derecha’).
En todo caso, me reí muchas veces con la columna y tb los comments.”

Sem mais delongas, para quem gosta de filosofia da ciência e de debates nesse mundo 2.0, eis o tal blog post:

Mario Bunge: un charlatán más en el reino de los charlatanes, em 16 de novembro de 2006, no blog "Soy donde no pienso", por Leandro Andrini (por coincidência, um físico de La Plata, como Bunge).

sábado, 19 de setembro de 2009

90 anos de Mario Bunge

Não gosto de "Parabéns a você" (prefiro outras coisas ridículas), mas devo falar sobre os 90 que Mario Augusto Bunge cumple nesta Segunda, 21/09/2009. Físico por formação, filósofo por vocação, filho de deputado e de família culta, parente meio distante dos criadores da empresa que leva seu sobrenome, criador da Universidad Obrera aos 18 anos (Perón faria o favor de fechá-la, em mais uma ratificação da tragédia argentina), há muito tempo professor da universidade McGill, canadense.

Cheguei a ele de forma algo fortuita, ao orientar uma dissertação de mestrado no EGC, interdisciplinar. Como é comum entre engenheiros orgulhosos da sua formação, as lacunas ficaram mais claras depois dos 40 (felizmente eu já vinha me preparando com a leitura de The Civilized Engineer).

Diferentemente de outras (tentativas de) incursões na Filosofia, Emergence and Convergence [texto quase completo no G. Books] "desceu redondo": claro, simples, denso, idéias poderosas. Bem diferente da conclusão que tiro das leituras de Deleuze e Guattari - cada 2 páginas caberiam numa sentença se os autores soubessem escrever, e ainda assim a densidade de idéias seria baixa. (A afirmação bombástica é apoiada pela explicação que me deu um amigo professor, bem mais conhecedor de Filosofia do que eu: "Esses filósofos escrevem muito mal").

Duas coisas funcionaram em conjunto para que eu virasse um bungeano instantâneo (desde meados de 2008):

  • A crueza e facilidade com que Bunge afirma "tal coisa é uma falácia". Os ataques diretos de Bunge facilitam o trabalho de quem não sabe e está querendo aprender. Fica claro o que ele afirma e o que ele refuta e fica fácil contrastar as coisas (na grande maior parte das vezes, no meu caso, o contraste apenas aumenta o tamanho da goleada pró-Bunge).
  • A simplicidade, originalidade e poder do modelo CESM (composition, environment, structure, mechanism), que eu passei a propagandear (alguns ppts aqui) e presentemente emprego numa abordagem à modelagem de sistemas, ainda por publicar. O que dá para adiantar é que, como tudo é sistema, o CESM permite desenhar modelos que podem ser discutidos por peritos de áreas diversas, inclusive da Informática, que é tecnocêntrica - ou seja, não se dedica a enxergar o todo (bem, nenhuma disciplina é diferente, nesse ponto), mas apenas a tecnologia e as entradas e saídas do sistema social.

Mas um blog post sobre o 90o aniversário requer uma conversa mais casual e agradável. Então, aí vão algumas pílulas bungeanas para divertir ou quem sabe até curar alguma dor de cabeça irracionalista (há mais algumas em Wikiquotes):

"Permítame que, con característica humildad porteña, le ofrezca algunos consejos sobre política internacional y nacional."
(Introdução de um artigo de opinião no jornal La Nación, no qual Bunge dá conselhos sobre política externa e interna a Barack Obama).

Duas pérolas da entrevista a Núria Navarro d'El Periodico, em julho último:

Repórter: ¿El poder siempre corrompe?
Bunge: No. No corrompió a Nelson Mandela, un hombre con sólidos valores personales y sociales. Alguien dispuesto a hacer el bien al prójimo. A luchar por la paz, la conservación del medioambiente, la igualdad...

Bunge: En septiembre cumplo 90 años.
Repórter: Pues luce usted muy juvenil.
Bunge: Eso es porque evito el alcohol, el tabaco y la posmodernidad.

Sobre a falácia da globalização em "Tres mitos de nuestro tiempo: virtualidad, globalización, igualamiento" (2001):
Por ahora sólo atraviesan libremente las fronteras el capital financiero, los gérmenes patógenos y las malas costumbres.

No primeiro texto da série que La Nación vem publicando mensalmente desde 09/07/2008:

Cuando en las ciencias o técnicas se afirma que cierto problema es insoluble, se exige una demostración rigurosa de tal insolubilidad. Y cuando un científico o técnico somete un texto a publicación, lo menos que exigen sus jueces es que sea inteligible. ¿Por qué? Porque los seres racionales ansían comprender y porque solamente los enunciados claros son susceptibles de ser puestos a prueba para averiguar si son verdaderos o falsos.
En las humanidades ocurre o debería ocurrir otro tanto, pero no siempre es así. Nietzsche le reprochó su claridad a John Stuart Mill. En cambio, Henri Bergson, pese a ser intuicionista, escribió claramente y declaró que "la claridad es la cortesía del filósofo". La oscuridad es grosera, porque supone que el interlocutor es incapaz de entender y dialogar.

E, finalmente, eis o que Bunge diz em vários artigos e outras publicações sobre a má fama conquistada pelos termos sistema e sistêmico:

Quando cientistas sociais rigorosos contemporâneos ouvem a palavra "sistema", eles ficam propensos a sacar suas armas intelectuais.