domingo, 17 de maio de 2009

Historinha de cidadania: Preciso conselho contra 171 de concreteira causadora de acidente e sua seguradora, em FLN

[Decidi usar este blog para relatar o empreendimento de enfrentar uma empresa surdomuda-quando-interessa que tenta se esquivar de me indenizar por um acidente causado (pois "confia na Justiça" e sabe que tem grandes chances de sair impune). Espero vencer e contribuir com mais uma gota d'água no oceano de brasileiros que se batem por um mínimo de respeito. Atualizações do caso no final do texto.]

Estou levando um 171 de uma concreteira causadora de acidente de trânsito e sua seguradora. Talvez alguém tenha experiência de enfrentar a situação; vejamos se blog e twitter me ajudam (É caso para Pequenas Causas? Entro direto com advogado? É fácil caracterizar e ganhar indenização por danos morais?).

Há uma obra no Itacorubi, em Floripa, na esquina da Feliciano Martins Vieira com a Alexandre Eusébio Pinto. A esquina não é um cruzamento, mas um joelho no trecho de uma rua que sai da quadra da Protegidos da Princesa (atrás do cemitério), sobe uma ladeira íngrime até a tal esquina, depois desce até o IML. A rua é estreita (é Florianópolis) e há betoneiras que estacionam na contramão e deixam um espaço exíguo para os carros passarem (no meu caso, na mão e no mesmo sentido em que a betoneira estava estacionada - na contramão).

Na quinta, 14/5, em torno de 8:20, levando meu filho de 3 anos para a escola, tive o carro abalroado pela betoneira placas ANU 7929, estacionada na contramão, que arrancou para a direita no exato momento em que passávamos (pela direita, na mão) lentamente pelo exíguo espaço deixado. Farol ligado, buzinada ao perceber o movimento, tentativa de desviar mais para a direita e parada do veículo não foram suficientes. Foi apenas uma encostada, mas a presença de meu filho de 3 anos me deixou nervoso (tentei disfarçar). A roda da betoneira afundou a coluna da porta do motorista, mas ainda dá para trafegar.

Perguntei aos operários da obra se sabiam o nome da rua (não, não sabiam, e a betoneira enorme estava estacionada justamente em frente à placa que eu não conseguia ver e que eles, da posição em que estavam, podiam ver...). A polícia não aceitou a chamada sem dizer o endereço, então saí na chuva, ladeira abaixo com meu filho no colo, tentando descobrir no grito o nome da rua.

Moradores nas sacadas não sabem, porém logo chegou o morador do local exato do acidente, no lado oposto à obra, e me deu as informações que permitiram informar o local ao 190 às 8:35, mais ou menos. Tirei fotos com o celular, peguei os dados de contato do morador, movi meu carro para que o vizinho pudesse chegar à sua garagem, avisei à concreteira às 8:40 (3335-6424, 48 s de ligação; dispensei habilmente a atendente - acho que era Sílvia, mas não anotei - que queria me "repassar" e declarei que estava apenas comunicando o acidente).

Deixei o guri na escola (perto, a pé) e esperei 1 h. Chegou a viatura 1892 e me encaminhou à 5a delegacia (perto da Penitenciária), onde fiz o Boletim de Ocorrência na companhia do motorista da betoneira. Pouco antes, chegou um suposto engenheiro, jovem, que conversou rapidamente com o motorista. Em seguida fomos chamados a relatar o acidente (sem surpresas - o motorista admitiu que bateu por não ver nosso carro).

Perguntei ao suposto engenheiro (que até então não me dirigira a palavra) se a empresa estava preparada para indenizar o prejuízo material e prover carro para meu transporte nos dias em que meu carro estivesse em conserto. Fez uma expressão de surpresa e disse que "a seguradora" (sem dizer qual) entraria em contato. Não me preocupei - afinal, tenho documentos de sobra. Só que, 3,5 dias ou 83 h após o acidente, a única atenção que consegui foi das polícias militar e civil no dia do acidente. 171 à vista.

Devo levar meu carro, que até hoje só "viu" a concessionária, a um "Martelinho de ouro" (pois assumo que o custo do conserto na concessionária custará metade de um carro). Se este fosse um país civilizado, eu faria o conserto na concessionária e cobraria da concreteira nem que fosse na Justiça. Só que, em Pindorama, não tenho essa certeza. Também vou alugar um carro por alguns dias, enquanto o meu fica no conserto.

Então, pergunto: alguém aí já teve o carro abalroado por carro de empresa? Conseguiu ser indenizado? Caso tenha levado um 171 como eu, foi atrás do prejuízo? Quais reparações conseguiu (danos materiais, danos morais, carro para andar enquanto o próprio fica em conserto)? Recomenda Pequenas Causas? Recomenda processo comum? Alguma dica?

Acho que não precisava esclarecer, mas lá vai: o prejuízo financeiro não é tão grande; eu felizmente posso pagar sem arruinar minhas economias. A motivação principal para buscar uma reparação exemplar, danos morais inclusive, é cidadã - eu adoraria ser vencedor em um processo contra gente desonesta, NO BRASIL (que dá tantas demonstrações esparsas de potencial para ser um país decente). Qualquer informação será bem-vinda. OBRIGADO!

[Update 19/5: Talvez não precise recorrer à Justiça, afinal. Fiz uma última tentativa de encontrar vida inteligente e fui (on-line) à Ouvidoria do (grande) grupo empresarial que é dono da empresa da betoneira. Apontei este blog post. Não sei se isso influiu, mas responderam em menos de 12 h e pegaram dados. Vejamos se se coçam. Volto aqui para informar...]

[Update 21/5: Meu carro está no conserto, supostamente para ser feito adequadamente e às expensas da seguradora dos causadores. Uma funcionária chegou a me ligar há pouco de SP, perguntando como está a coisa. Eu disse que "andando", mas ainda não tivera qualquer manifestação sobre o provimento de um carro de aluguel para minha movimentação, ao que a moça gentilmente me deu a entender que posso encomendar uma reza, pois eles não pagam. Mas, foi solícita a ponto de me pedir para relatar isso, para o caso da instância local (Floripa) da concreteira haver por bem pagar - mas que não era praxe eles pagarem. Sou brasileiro e "confio na Justiça", portanto já aluguei um carro às minhas custas. Vejamos se consigo reverter mais este 171. OBRIGADO PELAS MANIFESTAÇÕES ao vivo, por e-mail e aqui mesmo no blog. O caso é meu, mas eu quis fazer dele um pequeno episódio de cidadania. Não há por que darmos a nossa bênção a sacanas. Vou até o fim.]

[Update 5/6: O conserto do meu carro foi pago pela seguradora dos causadores do acidente (depois de eu acionar o grupo controlador da empresa local - parecem ter mais noção e temer danos à imagem). Agora vamos ao 2o tempo: ser ressarcido pelos gastos com locação de carro enquanto aguardava o conserto. Prevejo o seguinte roteiro: contato os causadores (por e-mail e por carta com aviso de recebimento), inicio processo de Pequenas Causas e, persistindo o 171, detalho aqui (e para a comunidade de negócios na qual os causadores estão inseridos) os nomes dos "bois" e analiso as chances e o tempo para ganhar um processo comum por danos materiais e morais. Volto para contar.]

Um comentário:

  1. vinícius, abaixo de 10.000 reais acho que é pequenas causas. não demora muito e pode valer a pena. aconselho você a correr atrás. boa sorte!

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